quinta-feira, 29 de novembro de 2007

a vida

Viva à vida!
a vida viva
ávida, grávida de vida.
A vida convida e aceito.
Provida de vida,
provinda da vinda
devidamente encorporada
devidacorpo mentalizada
vivificada, envivecente,
envivecida e evanescente.
Sinto a vida verde
a verdade da vida.
A ver, a ouvir, a tocar, a persistir
Sou vida
Selvagem
sou selva verdade.
Sou seiva pulsante
Selvidagem
Sou vagem.
Sou vargem
Sou centro sem margem
desfaço em vida
por essa paisagem
me encho de vida
me faço passagem.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Noite de Chuva

Chove...Cá estou eu só. Só ouvindo a chuva. Ouço a chuva ou as gotas a cair? Não sei. O que é a chuva? Também não sei. Apenas a presencio. Cada gota que cai só, logo encontra o chão e já vira poça, não é mais gota. Atravessou o céu, teve sua forma própria e chegou ao chão. Posso ouvi-las tocar o chão, uma a uma. Mas posso ouvir como chuva todas elas caindo... É apenas noite. Se a poça crescer, poderá virar enxurrada, correr pelas ruas e, se sobreviver à madrugada, terá a chance de atravessar a aurora, louvar o sol nascente, para então resistir a sua ação até o ponto em que se desprenda do chão e retorne, em vapor, aos céus. E lá, só deus sabe o que acontece. Mas ainda é noite. Ouço o martelar de Thor. Ou será São Pedro arrastando os móveis? O discurso estéril diz que é tudo bobagem, que são apenas vibrações de ar deslocado pelas descargas elétricas. O discurso estéril que fertiliza a técnica e cria muitas coisas. Mas voltemos à noite e a solidão. Ou será solidariedade às gotas de chuva? Alguns ouvem nostalgia. Alguns nós ressoam, algumas gotas me dizem. Mas o pranto canta em chuva. Nós somos. Soma. Corpos visitados de admiração da vida pelo toque e calor. Aquele toque que conta da verdade da vida. Aquele calor que vive e se espalha. Dissipa, mas não cessa de se refazer. Como as gotas, que seguem seu caminho. Gotas, toque, calor. Calor, toque, gotas. Vida, se as condições assim o permitirem.
Retorno ao som da chuva. Está quente. Estou só. Tocando em frente, em busca do gesto que seja, do gesto que seja encontrado, do gesto que encontre outro gesto. Nele se desfaça ilusoriamente para se reencontrar menos só. Solidário. Esperança combina com chuva? Acho que sim. A chuva deixa as plantas mais verdes e há quem diga que essa é a cor da esperança.

Comunicação

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Entre Terra e Céu: Chuva

Ondas de Minas

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manhã de sábado